A Ferreirinha
Antónia Adelaide Ferreira, empresária vinhateira portuguesa, nasceu em 1811. Ficou famosa por se ter dedicado ao cultivo do vinho do Porto e introduzindo notáveis inovações.
Nasceu numa família abastada do Norte com créditos no cultivo da vinha para vinho do Porto. O pai, José Bernardo Ferreira casou-a com um primo, mas este não se interessou pela cultura da família e delapidou alegremente parte da fortuna.
Adelaide teve dois filhos e quando ficou viúva com 33 anos despertou nela a sua verdadeira vocação de empresária. Sabe-se que a "Ferreirinha", como era carinhosamente conhecida, se preocupava com as famílias dos trabalhadores das suas terras e adegas.
Com o apoio do administrador José da Silva Torres, mais tarde seu segundo marido, Adelaide Ferreira lutou contra a falta de apoios dos sucessivos governos, mais interessados em construir estradas e comprar vinhos a Espanha. Lutou contra a doença da vinha, a filoxera e deslocou-se a Inglaterra para se informar de meios mais modernos de combate à moléstia, bem como processos mais sofisticados de produção do vinho.
A "Ferreirinha" investiu em novas plantações de vinhas em zonas mais expostas ao Sol, não descurando as plantações de oliveiras, amendoeiras e cereais. A Quinta do Vesúvio, a mais famosa das suas propriedades era por ela percorrida e vigiada de perto.
Em 1849 a produção vinícola era já de 700 pipas de vinho. Mercê de bons acordos, grande parte dos vinhos foi exportada para o Reino Unido, ainda hoje o primeiro importador de Vinho do Porto.
Quando faleceu, em 1896, deixou uma fortuna considerável e perto de trinta quintas. No Douro para o mundo passou a lenda da sua tenacidade e bondade.
A RTP exibiu uma série a ela dedicada, em 2004, da autoria de Francisco Moita Flores.
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