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 • Personagem: Augusto Fuschini
 

Augusto Fuschini

Engenheiro civil, vogal do conselho dos monumentos nacionais, ministro de estado honorário, deputado, etc.

Nasceu pelos anos de 1843.

Foi um dos estudantes mais laureados do seu tempo, em Matemática, na Universidade de Coimbra, e fez o curso de engenheiro com toda a distinção. Desempenhou as funções de engenheiro distrital e as de chefe de serviço da Companhia Real dos Caminhos-de-ferro.

A sua entrada na política data de 1881, ano em que venceu uma grande campanha eleitoral para ser deputado pelo círculo de Belém. Filiou-se no partido regenerador, mas depois da morte do chefe desse partido, António Maria Fontes Pereira de Melo, acompanhou o falecido estadista Barjona de Freitas para o grupo político, que ele criara, Esquerda dinástica, que teve pouca duração, não chegando a exercer sensível preponderância na política. Declarou-se então independente, entrando para a Liga liberal, a que prestou bons serviços.

Professando opiniões socialistas, tem-nas sustentado com grande desassombro, quer no parlamento, discutindo assuntos que se prendem com a economia do país, quer na imprensa, onde tem defendido com energia a causa do operariado, a que consagrou especial simpatia, existindo em diferentes cidades cooperativas de consumo com o nome do ilustre parlamentar.

Quando em 1893 caiu o ministério presidido pelo Sr. conselheiro Dias Ferreira, foi encarregado de organizar novo gabinete o Sr. conselheiro Hintze Ribeiro, e o Sr. Augusto Fuschini foi convidado a encarregar-se da pasta do ministério da Fazenda. Estando afastado da política e professando opiniões avançadas, especialmente sob o ponto de vista social e económico, a sua entrada para o ministério causou geral surpresa.

Pela vastidão dos seus conhecimentos económicos, e pelas apreciações publicas que tinha feito do estado do país, quer sob o ponto de vista da sua política interna e externa, quer a respeito das suas finanças, houve um movimento de interesse e curiosidade, esperando que o novo estadista convertesse em factos as teorias que vinha sustentando.

A sua passagem pelo poder foi rápida, saindo do ministério por circunstâncias que ele largamente expôs no seu livro Liquidações políticas, que publicou em 1896. Apesar das suas dissidências políticas tem sido deputado, tomando parte nas discussões dos assuntos mais importantes, especialmente nas questões económicas.

Quando se agitou no país a questão do convénio com os credores externos, realizou no Porto umas conferências públicas, fazendo afirmações que foram largamente discutidas na imprensa e no parlamento, dando lugar aos sucessos ocorridos na câmara electiva em 1902, entre ele e o deputado e antigo ministro, o Sr. conselheiro João Marcelino Arroio; sucessos narrados com todos os detalhes nos jornais de então.

Desde esta época, o Sr. conselheiro Augusto Fuschini não se tem salientado nas discussões parlamentares, mas entregando-se aos estudos artísticos, tem dirigido a reconstrução da sé de Lisboa, e em 1904 publicou uma interessante obra de arte e de literatura: A architectura religiosa na edade media.

 
 
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Velho e namorado, cedo enterrado.


 

 

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