chegaste ao pé de mim
de cigarro na boca
não achas que a sangria
do meu copo já me sabe a boca
encham o copo à menina
pode ficar rouca
e quem nos irá cantar
a velha valsa louca ?
disseste-me ao ouvido
umas graças obscenas
com risos e abraços
com vinte anos apenas
ohhhhh
faz de conta que estamos sós
o patrão não está a ver
que esta valsa maluca
nos faz endoidecer
quando saímos do táxi
para uma pensão barata
cheios de amor e alcool
como quem se mata
fecha as cortinas
eu peço-te para me despires
e nos ouvidos a valsa
voltava a surgir
veio a manhã acordar-nos
em beijos profundos
despertar a cidade
com ruídos imundos
ohhhhh
façam de mim uma ave
mais leve que o ar
que achar que a vida de sonho
me faça cantar