numa calçada cinzenta
ao alto do carvalhão
a sombra espreita violenta
a ponta que fura e entra
corre sangue pelo chão
a mão aperta a garganta
a faca o coração
naquela rua cinzenta
a ponta que fura e entra
ficou um puto no chão
ele era novo, era tão novo
ela era velha, era tão velha
a mesma história sangrenta
lágrimas e solidão
será que nunca se espanta
será que nunca embota
a ponta que tens na mão
numa calçada violenta
ao alto do carvalhão
na noite que fica lenta
foge a sombra cinzenta
fica um puto no chão
ele era novo, era tão novo
o puto que está no chão
ela era velha, era tão velha
a faca no coração
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