sei de uma camponesa,
sem campo, sem quintal,
que canta debruçada ao sol da seara,
trigo da cara, de suor tão debulhada...
sei de uma camponesa,
dança à noite na eira,
perfumada de avenca e feno, enfeitada de tomilho,
canta com a expressão de quem vai ter um filho,
mesmo pelo coração...
sei de uma camponesa,
nunca enche esta cidade,
nunca se senta à minha mesa, nunca me leva à sua herdade
pr´ouvir um trocadilho, p´ra tornar realidade
um sonho que perfilho. |