eu namorei uma velha,
acreditem que é verdade,
que era muito galantinha:
era calva da cabeça,
acreditem que é verdade,
toda cheia de morrinha.
ora o diacho da velha,
que me parecia um totó,
o nariz uma batata,
e na ponta tinha um nó.
eu namorei uma velha,
acreditem que é verdade,
lá no canto duma sala,
uma velha de cem anos.
acreditem que é verdade,
inda a fazer a sua mala!
fez tranças e caracóis
e inda fez mais modelos;
para contar a verdade,
isto com quatro cabelos.
quem casa com mulher velha,
(misericórdia, meu deus)
tem a morte à cabeceira
corre-lhe a mão pela cara,
(ai, jesus, misericórdia!)
não acha senão caveira!
eu não quero mulher velha,
nem que seja muito rica;
antes quero moça pobre,
mas que esta seja bonita. |