Castelo de Leiria Leiria - Leiria
Mandado construir por D. Afonso Henriques e várias vezes ocupado pelos Mouros, sendo restaurado em 1144, o castelo de Leiria foi várias vezes palco de acontecimento históricos. Este castelo preserva ainda hoje a sua imponente beleza.
Edificado em posição dominante sobre a primitiva povoação e o rio Lis, este belo e imponente castelo medieval, onde se contrastam as belezas do patrimônio edificado e da paisagem natural, é um dos ex-libris da cidade. O monumento compreende, além da sua função original, militar, uma ala do antigo Palácio de D. Dinis, bem como as ruínas da sua igreja em estilo gótico.
Não existem informações seguras acerca da primitiva ocupação humana deste sítio. Sabe-se, entretanto, que à época da Reconquista cristã da península Ibérica, a região de Leiria constituía, no século XII, um ponto nevrálgico da defesa da fronteira sul do Condado Portucalense.
Ao consolidar o seu governo a partir de 1128, o jovem D. Afonso Henriques (1112-85), planejou alargar os seus domínios, então limitados a norte pelo rio Minho a sudoeste pela serra da Estrela e a sul pelo rio Mondego. Para esse fim, a partir de 1130, invadiu por diversas vezes o território vizinho da Galiza a norte, ao mesmo tempo em que se mantinha atento à fronteira sul, constantemente atacada pelos muçulmanos.
Para defesa desta linde sul, estrategicamente fez erguer, de raiz, um novo castelo entre Coimbra e Santarém (1135), no alto de uma elevação rochosa, um pouco ao sul da confluência do rio Lis com o rio Lena, a cuja guarnição, sob o comando de D. Paio Guterres, foi confiada a defesa da nova fronteira que ali tentava firmar. À povoação que também iniciava, e que passaria a designar o respectivo castelo, chamou de Leiria. Dois anos mais tarde, a povoação e o seu castelo foram assaltados pelos almoádas, que se aproveitaram de uma investida das forças de D. Afonso Henriques à Galiza (1137). Após uma encarniçada resistência Paio Guterres e seus homens foram forçados a abandonar as suas posições.
De volta ao reino, o monarca organizou uma contra-ofensiva para conter o avanço dos mouros, cujas forças combinadas derrotou na épica Batalha de Ourique (1139). Ao final desse mesmo ano, os muçulmanos, cientes de que o monarca português havia encetado nova campanha contra o rei de Leão, na Galiza, atacaram e novamente conquistaram Leiria e seu castelo, cujos defensores, na ocasião, sofreram pesadas baixas. De volta às mãos de D. Afonso Henriques, o monarca determinou a reconstrução e reforço da estrutura do castelo, acrescentando-lhe uma Capela sob invocação de Nossa Senhora da Pena (1144).
Com o desenvolvimento da povoação, foi-lhe passada o Foral. No reinado de D. Sancho I (1185-1211), este monarca confirmou-o (Foral Novo) e fez ampliar a cerca defensiva da povoação (1195). A vila já era tão importante, à época, que foi a sede das Cortes de 1254, convocadas por D. Afonso III (1248-1279).
Outros monarcas dedicaram atenção a Leiria, destacando-se D. Dinis (1279-1325), que ali residiu por diversas ocasiões, vindo a doar, em 1300, à rainha Santa Isabel, a vila e o seu castelo, escolhidos para a criação de seu herdeiro, o princípe D. Afonso. É a D. Dinis que devemos o início da construção da poderosa torre de Menagem (1323), estrutura que ficou incompleta em virtude do seu falecimento.
Em 1545, a vila de Leiria foi alçada à condição de cidade por D. João III (1521-57).
No século XVII, ao raiar a Restauração (1640), o Castelo de Leiria foi uma das primeiras fortificações a erguer o pendão de Portugal. |