Fernando Machado Soares
”Coimbra tem mais encanto / Na hora da despedida”.
Todos conhecem estes versos de um dos temas mais famosos da música portuguesa, que pode bem ser emblemático de toda a carreira musical de Fernando Machado Soares, seu autor.
Aquele que, nas palavras de José Niza ”é talvez, depois de Menano e Bettencourt, o nome mais importante do fado de Coimbra, mais pela renovação que promoveu e pela qualidade e quantidade das suas composições, do que pela forma de interpretar, aliás também excelente.
Na realidade foi este açoriano quem criou, no fundamental, as condições de transição do fado clássico para as baladas, as trovas, que as vozes e as obras de José Afonso e Adriano Correia de Oliveira vieram imortalizar.
Sem o contributo de Machado Soares, seguramente que teria sido outra, diferente e menos rica, a trajectória do Zeca e do Adriano, o qual gravou, aliás, muitas composições de Machado Soares”.
Açoriano, estudante de Coimbra, Fernando Machado Soares vai destacar-se no grupo de Luiz Góes, José Afonso, António Brojo, António Portugal, entre outros. Aí desenvolverá grande actividade artística como cantor, mas também compositor e poeta.
Magistrado, Machado Soares nunca deixou de cantar, ainda que esta sua actividade fosse considerada censurável à luz da dignidade da função e cargo.
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