Carlos Zel
Nascido na Parede, a 29 de Setembro de 1950, Carlos Zel inicou a sua carreira profissional em 1967. A primeira apresentação aconteceu, um ano depois, na Emissora Nacional. Fez teatro de revista e musical - ”Aldeia da Roupa Suja” (1978), ”A Severa” (1990) e ”Ai Quem Me Acode” (1994) -, cantou em várias casas de fado e actuou nos casinos, com destaque para o Casino Estoril, tendo sido o primeiro fadista masculino a ser contratado para uma temporada naquela sala.
Apresentou-se em alguns programas de televisão e chegou a participar na telenovela ”Cinzas” (RTP), como actor.
Sócio-fundador da Academia da Guitarra e do Fado, foi distinguido, em 1993, com o Prémio Prestígio, atribuído pela Casa de Imprensa. Quatro anos depois, a mesma entidade concedeu-lhe o Prémio José Neves de Sousa. Foi ainda condecorado com a Medalha de Mérito da Cruz Vermelha Portuguesa e com a da Câmara Municipal de Cascais.
Durante mais de 30 anos de carreira, Zel levou a sua voz e a sua forma de cantar o fado pelo mundo fora, nomeadamente, a Espanha, França, Holanda, Escócia, Dinamarca, Noruega, Brasil, Argentina, Chile, Venezuela, Canadá, EUA e Senegal.
Muitos foram os artistas que dividiram o palco com o fadista, de Maria João e Mário Laginha ao ex-Trovante Luís Represas, passando pela cabo-verdiana Cesária Évora e Argentina Santos.
Faleceu repentinamente em Fevereiro de 2002.
Discografia:
A sua discografia conta com 14 trabalhos:
”Rosa Camareira” (1967),
”Poemas de Eduardo Damas” (1968),
”Maria dos Olhos Verdes” (1969),
”Minha Primeira Cantiga” (1971),
”O Seu Nome Era Manuel” (homenagem ao matador de toiros Manuel dos Santos - 1975),
”Mestre Núncio” (tributo ao toureiro equestre João Núncio -1976),
”Romeiro” (1977),
”Portugal Verde Encarnado” (1978),
”Cantigamente” (1980),
”À Volta do Fado” (com participação especial de Carlos Zíngaro no violino - 1986) e
”Fados” (com a participação de Maluda, autora da capa do álbum -1994).
O seu último disco, ”Com Tradição” (2000), inclui um tema brasileiro ”Fado Tropical”, um original de Chico Buarque.
No estrangeiro, a sua voz chegou a salas como Queen Elizabeth Hati, em Londres, Théâtre de La Musique, em Paris, Konzert Haus, em Viena, ou o Teatro Del Pavone, em Modena.
Carlos Zel nutria por Amália Rodrigues uma profunda admiração e a diva do fado admirava o seu trabalho. Por isso mesmo, Amália aceitou estar presente no lançamento do seu álbum. ”Fado”, na Praça de Toiros do Campo Pequeno, em 1996. |