Madalena Iglésias
Madalena Iglésias é a figura marcante do panorama da música ligeira quando se inicia a década de 60. É certo que disputa ainda esse título com Maria de Lourdes Resende. Mas a sua popularidade em breve não conhecerá rival.
Nascida em Outubro de 1939, em Lisboa, Madalena Lucília Iglésias do Vale de Oliveira é de baixa estatura (l,60m). Possui, contudo, um fulgor no olhar azul e uma clareza de timbre que, associadas a uma maneira de cantar muito clara, ligada e alegre a vão levar ao estrelato no nosso país.
Frequentou o Conservatório e, com 15 anos, o Centro de Preparação de Artistas da Emissora Nacional aprova a sua entrada nos quadros daquela estação.
Em 1957 estreia-se em simultâneo na RTP e na Emissora Nacional.
Virá a ser Rainha da Rádio (1960 e 1964) e da Televisão (1960,19S2 e 1965). Convidada em 1959 para actuar na televisão espanhola, inicia uma carreira internacional bastante activa, com particular destaque para a Venezuela, onde se tornará muito popular, chegando a ter um programa de televisão próprio e onde recebeu o Bolívar de Ouro, uma condecoração especial concedida a artistas estrangeiros fora-de-série.
Actuou com grande êxito em muitos outros países: Argentina, Canadá, Estados Unidos, foi aclamada no Brasil e destacou-se em França (país onde ambicionava triunfar), onde mereceu fotografia a três colunas no conservador Figaro.
À semelhança dos seus colegas, actuava em todos os palcos, em virtude das condicionantes do meio artístico de então: desde os luxuosos hotéis e principais salas de espectáculos, até às mais pequenas aldeias do país. Era muito metódica, anotando todos os factos do seu dia-a-dia. Por isso dominava a sua carreira com um profissionalismo invulgar para a época.
Esta artista tão amada pelo público, que gostava da Flauta Mágica de Mozart, colecciona uma extensa lista de Prémios no domínio da canção ligeira: entre eles o segundo lugar no Festival do Mediterrâneo, com a canção Setembro, a vitória no Festival de Aranda del Duero em 1964 e o triunfo no Festival RTP com a célebre canção Ele e Ela.
Estreia-se no cinema ao lado de António Calvário em Uma Hora de Amor
(1964), de Augusto Fraga. Segue-se-lhe, no mesmo ano, A Canção da Saudade, de Henrique Campos e Passagem de Nível(1965), de Américo Leite Rosa. Depois, é o enorme êxito de Sarilho de Fraldas (1966) de Constantino Esteves, de novo contracenando com Calvário.
Com o seu casamento, em 1970, afasta-se aos poucos da vida artística, que continuará ainda, por algum tempo, sobretudo na Venezuela.
PRINCIPAIS ÊXITOS:
Talvez, O Meu Destino é para Te Amar, Setembro, Poema de Nós Dois, De Mãos Postas, De Degrau em Degrau, Mulher do Cais, Silêncio entre Nós, Sou Tua, Ele e Ela, Não sou de Ninguém. |