Tomé de Barros Queirós
Possuindo uma bela voz de tenor, justamente aclamada pelo público e merecedora do tributo de muitos entusiastas, Tomé de Barros Queirós vai traçar um percurso artístico pouco vulgar em Portugal, marcado pelo prematuro abandono da carreira artística.
Homem pragmático e com ambições, Tomé de Barros Queirós trocará os palcos e os microfones por uma carreira empresarial bem sucedida na área da publicidade. Para trás deixava algumas palavras de amargura relativas à pequenez económica e moral do meio artístico português.
Estreou-se no Teatro Rivoli, no Porto, na opereta As Pupilas do Senhor Reitor. Em breve o seu nome será reconhecido e popular no teatro e na rádio, com incursões na televisão.
O seu desejo de estabelecer uma carreira sólida e o seu desejo de aventura vão levá-lo a longas digressões, primeiramente a África (Angola e Moçambique), com a Companhia de Giuseppe Bastos, após o que regressa a Portugal, integrando o elenco da revista Aqui é Portugal.
Dá-se então a sua partida para o Brasil, onde actuará durante três anos no Rio de Janeiro e em São Paulo. Voltará finalmente a Portugal para fazer parte da Companhia de Eugênio Salvador e Rui Martins, no Teatro Maria Vitória.
Tomé de Barros Queirós participou nas operetas Passarinho da Ribeira e Rosa Brava, em revistas, nomeadamente em Lisboa é Coisa Boa, Lisboa Antiga, Eva no Paraíso, Enquanto Houver Santo António, Aguenta-te Lá, Saias Curtas, Aqui é Portugal, Abaixo as Saias. Gravou êxitos como Coimbra dos Estudantes, Saudade de Sintra, Maria, Minha Maria, Não Brinques Comigo.
Casado desde 1952, com a actriz e cantora Mimi Gaspar, Tomé de Barros Queirós fica na história da música ligeira portuguesa como uma referência prematuramente desaparecida da ribalta. |