Salada de Frutas
Quando se formaram em 1979 eram um trio composto pela cantora Lena d’Água, ex-Beatnicks e filha do futebolista José Águas (e irmã de Rui Águas), pelo teclista Luís Pedro Fonseca, ex-Chinchilas, e pelo baixista Zé da Ponte. Tinham já um ano de existência, sob a designação Dia d’Água, mas o novo nome pretendia marcar uma mudança de sonoridade mais próxima do rock.
O álbum de estreia Sem Açúcar foi publicado no início do ”boom”, numa altura em que o grupo já inchara para um quinteto com a entrada do baterista Guilherme Inês e do guitarrista Zé Carrapa. Esta formação grava em 1981 o single Robot, um enorme êxito comercial e de rádio que populariza finalmente Lena d’Água.
Em Setembro desse ano, contudo, um mini-”golpe de estado” leva à expulsão da cantora do grupo, decidida unilateralmente por Ponte, Inês e Carrapa contra a vontade de Fonseca, que acaba por sair com Lena alegadamente devido a diferenças musicais.
Lena lança-se a solo acompanhada pela Banda Atlântida, cantando música pop que vem na sequência da sonoridade inicial dos Salada de Frutas. Depois, continuaria a gravar a solo com algum sucesso até à entrada dos anos noventa.
Estes, por seu lado, recrutam o baixista Zé Nabo e o teclista Frederico ”Quico” Serrano, e dirigem-se para um som mais adulto e tecnicista, com fortes influências do soft-rock e do jazz moderno americanos - ou não fossem os cinco músicos veteraníssimos instrumentistas de estúdio. Gravam na Holanda o álbum Se Cá Nevasse... (1981), que obtém um expressivo êxito de rádio, mas não convence o público maioritariamente jovem que comprava então rock português.
A provar o desajuste da ideia, em 1982 o grupo larga as ”Frutas”, reduz o seu nome para Salada e lança um álbum instrumental, Crime Perfeito, que demonstra porque é que Lena d’Água e Luís Pedro Fonseca já não tinham lugar no projecto, mas cujo insucesso de crítica e de público termina de vez com a carreira do grupo. |