Sousa Bastos
A este jornalista e autor lisboeta, nascido em 1844, se deve a primeira grande evolução da revista, que transformando-a de mero espectáculo humorístico de crítica satírica e caricatural em espectáculo de entretenimento de grande sucesso, através da introdução de elaboradas produções cenográficas, de uma maior aposta no poder do número musical e também da inclusão de vedetas femininas e coristas cujo corpo era explorado na medida do aceitável para a época.
Forçado a abandonar os estudos de agronomia por ter constituído família muito cedo, Sousa Bastos começou por ser jornalista mas manteve desde muito novo um pé no teatro. De ensaiador e director técnico em teatros de baixa categoria iria subir a ensaiador e autor de peças em teatros de maior importância e, finalmente, a empresário teatral.
A primeira das mais de vinte revistas que escreveu subiu à cena em 1869, chamada Coisas e Loisas; e deveu-se-lhe também a primeira revista não anual, Entre as Broas e as Amêndoas, em 1874.
Em rigor, António de Sousa Bastos não se limitou a escrever revistas, Luiz Francisco Rebello aponta deverem-se-lhe para cima de uma centena de obras repartidas por um sem-número de géneros bastante diferentes, mas é à revista que o seu nome ficou indelevelmente ligado.
Devem-se igualmente a Sousa Bastos as primeiras digressões pelo Brasil, em 1881, da revista à portuguesa.
Pela viragem do século, coincidindo com a ascensão de Eduardo Schwalbach a primeiro autor do género, Sousa Bastos retirava-se lentamente dos palcos. Escreveu as suas duas últimas revistas, Talvez Te Escreva e A Nove, respectivamente em 1901 e 1909. Faleceu em 1911. |